Seguidores e parceiros!!!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A LUA QUE NÃO DEI

Compreendo pais , e me encanto com eles , que desejariam dar o mundo de presente aos filhos.

E, no entanto, abomino os que, a cada fim de semana, dão tudo o que os filhos lhes pedem nos shoppings onde exercitam arremedos de paternidade.

E não há paradoxo nisso.

Dar o mundo é sentir-se um pouco como Deus, que é essa a condição de um pai.

Dar futilidades como barganha de amor é, penso eu, renunciar ao sagrado.

Volto a narrar, por me parecer apropriado à croniqueta, o que me aconteceu ao ser pai pela primeira vez.

Lá se vão, pois, 45 anos.

Deslumbrado de paixão, eu olhava a menina no berço, via-a sugando os seios da mãe,
esperneando na banheira, dormindo como anjo de carne.

E, então, eu me prometia, prometendo-lhe: 'Dar-lhe-ei o mundo, meu amor.

E não lhe dei.

E foi o que me salvou do egoísmo, da tola pretensão e da estupidez de confundir valores materiais com morais e espirituais.

Não dei o mundo à minha filha, mas ela quis a Lua.

E não me esqueço de como ela pediu a Lua, há anos já tão distantes.

Eu a carregava nos braços, pequenina e apenas balbuciante, andando na calçada de nosso quarteirão, em tempos mais amenos, quando as pessoas conversavam às portas das casas.

Com ela junto ao peito, sentia-me o mais feliz homem do mundo, andando,cantarolando cantigas de ninar em plena calçada.

Pois é a plenitude da felicidade um homem jovem poder carregar um filho como se acariciando as próprias entranhas.

Minha filha era eu, e eu era ela.

Um pai é, sim, um pequeno Deus, o criador.

E seu filho, a criatura bem amada.

E foi, então, que conheci a impotência e os limites humanos, pois a filhinha a quem eu prometera o mundo ergueu os bracinhos para o alto e começou a quase gritar, assanhada, deslumbrada: 'Dá, dá, dá...

Ela descobrira a Lua e a queria para si, como ursinho de pelúcia, uma luminosa bola de brincar.

Diante da magia do céu enfeitado de estrelas e de luar, minha filha me pediu a Lua e eu não lhe pude dar.

A certeza de meus limites permitiu, porém, criar um pacto entre pai e filhos: se eles quisessem o impossível, fossem em busca dele.

Eu lhes dera a vida, asas de voar, diretrizes, crença no amor e, portanto, estímulo aos grandes sonhos.

E o sonho da primogênita começou a acontecer, num simbolismo que, ainda hoje, me amolece o coração.

Pois, ainda adolescente, lá se foi ela embora, querendo estudar no Exterior.

Vi-a embarcar, a alma sangrando-me de saudade, a voz profética de Kalil Gibran em sussurros de consolo:

'Vossos filhos não são vossos filhos, mas são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

Eles vêm através de vós, mas não de vós.

E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.'

Foi o que vivi, quando o avião decolou, minha criança a bordo.

No céu, havia uma Lua enorme, imensa.

A certeza da separação foi dilacerante.

Minha filha fôra buscar a Lua que eu não lhe dera.

E eu precisava conviver com a coerência do que transmitira aos filhos:

'O lar não é o lugar de se ficar, mas para onde voltar.'

Que os filhos sejam preparados para irem-se, com a certeza de ter para onde voltar quando o cansaço, a derrota ou o desânimo inevitáveis lhes machucarem a alma .

Ao ver o avião, como num filme de Spielberg, sombrear a Lua, levando-me a filha querida, o salgado das lágrimas se transformou em doçura de conforto com Kalil Gibran: como pai, não dando o mundo nem Lua aos filhos, me senti arqueiro e arco, arremessando a flecha viva em direção ao mistério.

Ora, mesmo sendo avós, temos, sim e ainda, filhos a criar, pois família é uma tribo em construção permanente.

Pais envelhecem, filhos crescem, dão-nos netos e isso é a construção, o centro do mundo onde a obra da criação se renova sem nunca completar-se.

De guerreiros que foram, pais se tornam pajés.

E mães, curandeiras de alma e de corpo.

É quando a tribo se fortalece com conselheiros, sábios que conhecem os mistérios da grande arquitetura familiar, com régua, esquadro, compasso e fio de prumo.

E com palmatória moral para ensinar o óbvio: se o dever premia, o erro cobra.

Escrevo, pois, de angústias, acho que angústias de pajé, de índio velho

A nossa construção está ruindo pois feita em areia movediça.

É minúsculo o mundo que pais querem dar aos filhos: o dos shoppings.

E não há mais crianças e adolescentes desejando a Lua como brinquedo ou como conquista.

Sem sonhos, os tetos são baixos e o infinito pode ser comprado em lojas.

Sem sonhos, não há necessidade de arqueiros arremessando flechas vivas.

Na construção familiar, temos erguido paredes.Mas, dentro delas, haverá gente de verdade?

Cecílio Elias Netto (escritor e jornalista)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Borboleta e o Cavalinho!!!

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.
Eram elas, um cavalinho e uma borboleta.

Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.
Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.

Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.
A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar

por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso.
Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.
Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso.

Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro.

Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.
E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho

sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.

Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.Caminhou por toda a floresta a observar

cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.
Cansado se deitou embaixo de uma árvore.

Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
-Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?
-Famoso, eu?
-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você.
Mas afinal,qual borboleta que você está procurando?
-É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.
-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando.

Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando

ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice.

Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.
Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo.

Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?
-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver.

Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."


Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos,

mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar,não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.

Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por sso,

afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso.

OBS: Qualquer semelhança com seres humanos que você conheça,pode não ser coincidência.

Autora: Silvana Duboc

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Teia de Aranha!!!!

"Uma aranha fez sua teia num canto do meu escritório. Eu a descobri ontem e, com a minha vassoura, tratei de me livrar dela. Teias de aranha são sinais de descaso e eu não queria que aqueles que me visitam pensassem mal de mim. Mas hoje ela está no mesmo lugar. Durante a noite refez sua teia. Acho que ela gostou do lugar, me perdoou e confia na minha compreensão. Compreende. E decidi que ela vai ser minha companheira.
Embora ela não saiba falar, ela me fez pensar. Confesso que a aranha me fascinou. Primeiro por aquilo que vejo. Lá está ela, segura e feliz, pendurada sobre o vazio. Não existe hesitação alguma nos seu passos. Suas longas pernas se movem sobre os finos fios de sua teia com tranqüila precisão, como se fossem dedos de um violinista, dançando sobre as cordas. Sua teia é coisa frágil, feita com fios quase invisíveis. E, no entanto, é perfeita, simétrica, bela, perfeitamente adequada ao seu propósito. Mas o fascínio tem a ver com aquilo que não vejo e só posso imaginar. Imagino aquela criaturinha quase invisível suas patas coladas à parede. Ela vê as outras paredes, tão distantes, e mede os espaços vazios. E só pode contar com uma coisa para o trabalho incrível que está para ser iniciado: um fio, ainda escondido dentro de seu corpo. E, então repentinamente, um salto sobre o abismo, e um universo começa a ser criado...
Em outros tempos acho que fui um bom professor. Como a aranha eu sabia tecer a minha teia de palavras. Eu sabia o que ensinava e só ensinava o que sabia... Bons professores, como a aranha, sabem que lições, estas teias de palavras, não podem ser tecidas no vazio. Elas precisam de fundamentos. Os fios, por finos e leves que sejam, têm de estar amarrados a coisas sólidas: árvores, paredes, caibros. Se as amarras são cortadas a teia é soprada pelo vento, e a aranha perde a casa...”Professores sabem que isto vale também para a educação...

Rubem Alves, em seu livro: O POETA, O GUERREIRO, O PROFETA

domingo, 15 de maio de 2011

EU APRENDI......

" Eu aprendi...

...que ter uma criança adormecida nos braços é um dos momentos mais pacíficos e maravilhosos do mundo;

Eu aprendi

...que ser gentil é mais importante do que estar certo;

Eu aprendi...

...que eu sempre posso orar por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;

Eu aprendi...

...que não importa quanta seriedade a vida exija de você,
cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir juntos;

Eu aprendi...

...que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para
segurar e um coração para nos entender;

Eu aprendi...

...que os passeios simples com meu pai em volta do quarteirão nas noites de verão quando eu era criança fizeram maravilhas para mim quando me tornei adulto;

Eu aprendi...

...que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos;

Eu aprendi...

...que dinheiro não compra 'classe';

Eu aprendi...

...que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular;

Eu aprendi...

...que debaixo da 'casca grossa' existe uma pessoa que deseja ser apreciada, compreendida e amada;

Eu aprendi...

...que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa?

Eu aprendi...

...que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi...

...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...

...que a maneira mais fácil para eu crescer como pessoa , é me cercar de gente mais inteligente do que eu;

Eu aprendi...

...que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;

Eu aprendi...

...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...

...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...

...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...

...que Deus jamais nos dá uma cruz da qual não possamos carregar...

Eu aprendi...

...que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engoli-las;

Eu aprendi...

...que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;

Eu aprendi...

...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...

...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você está escalando-a;

Eu aprendi...

...que só se deve dar conselho em duas ocasiões: quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte;

Eu aprendi...

...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

Eu aprendi...

...que saudade dói...

Eu aprendi...

...que a vida é uma só... e o tempo não pára e nem volta mais... Portanto temos que viver o hoje como se não houvesse o amanhã... "

( Texto recebido pela internet)

"ESCOLHER A EDUCAÇÃO É ASSUMIR O COMPROMISSO COM O ALUNO E CONSIGO MESMO!"