Não consigo pensar em nenhuma resposta que explique o porquê de, em alguns momentos, ficarmos distantes na presença. É algo como uma presença que distancia, situações que não são programadas e que, em um determinado momento, deixam de ser apenas situações e tornam-se argumentos para o distanciamento. A razão pela qual nos distanciamos na presença é uma incógnita tão grande que, se em algum momento a resolução for encontrada, poderá ser engarrafada aos lotes e vendida a preço de ouro.
De qualquer forma, a mesma ausência que machuca, ensina. Ensina a não querer tudo de uma vez. Ensina que nem mesmo Atlas conseguiu segurar o mundo com muitos sorrisos e, mesmo que se tivesse conseguido, o fator preponderante para tal feito foi o castigo. Sim, Atlas foi castigado com a maldição de ter que carregar o peso do mundo em seus braços. E hoje é inegável a grande quantidade de seres que fazem do castigo de Atlas um exercício de sobrevivência em meio ao caos.
Carregar o peso do mundo nos braços é corrosivo.
Não é nem um pouco nobre querer tudo de uma vez. Tudo ao mesmo tempo agora, já diziam os mais velhos. Só que hoje, com a quantidade de informação disponível, com a variedade de perspectivas para o nada, ter em seus braços o peso do mundo nada mais é que uma diversão auto-suicida, algum tipo de esporte amaldiçoado que nunca saberá se o ganhador está vivo ou apenas respira por entre os dias que demandam muito mais que os mesmos podem suportar.
O mundo é pesado. E canso só de pensar nas coisas que eu gostaria de carregar dele e não posso. Ou melhor, eu até poderia, só que antes a minha sanidade que um peso exacerbado de coisas que poderiam ser deixadas para outra hora, para um outro momento.
É o querer escravo de coisas que não precisamos.
É o que colocam em nossas vontades sem que precisássemos sequer pensar nisso. São frases defeituosas em meio ao texto de nossas vidas.
E quando perceberemos que o peso não é mais satisfatório? Ora, nunca, acredito. É deselegante entregar os pontos em prol de nossa própria felicidade. É nocivo ser uma pessoa mais leve nos dias difíceis de hoje. É como usar sempre as mesmas roupas no desfile de vaidades que são os nossos dias.
É como se não existíssemos para os outros por escolhermos uma vida menos atribulada que eles. O peso do mundo faz-nos existir mesmo que os braços nunca se acostumem com o fardo que precisamos carregar para sermos um pouco iguais aos outros.
(do blog Cafe com Rosas)
(do blog Cafe com Rosas)
Olá Teresa, venho trazer convites especiais a todos os Educadores que seguem e/ou visitam este blog tão acolhedor e informativo:
ResponderExcluirHoje dia 01/07/2012 é o lançamento oficial do espaço http://www.educadoresmultiplicadores.com.br/.
Venham conhecer!
O convite está feito a todos. Tenho certeza que vocês irão gostar!
Teresa Carneiro, conto com sua participação especial na estreia!